A Câmara dos Deputados deve decidir nesta quarta-feira (25) se aceita ou não o prosseguimento da segunda denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o presidente Michel Temer pelos crimes de obstrução de Justiça e organização criminosa.
Os governistas já começaram as articulações para garantir um quórum alto para a votação. O deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS), membro da tropa de choque de Temer na Câmara, disse que cabe a oposição colocar a maioria no plenário para a votação, mas admitiu que o governo trabalha para que os deputados estejam em Brasília na quarta-feira. A votação só poderá ser iniciada com a presença registrada no painel de, no mínimo, 342 parlamentares. Para alcançar o número de votos necessários para barrar o prosseguimento da denúncia na Câmara, o governo tem oferecido cargos para membros de partidos como PP, PR e PTB.
Na quarta-feira, depois de iniciada a Ordem do Dia, o relator da denúncia na CCJ, deputado Bonifácio de Andrada, terá 25 minutos para defender seu parecer. Em seguida, falarão os advogados de defesa do presidente Temer e dos ministros Eliseu Padilha, da Casa Civil, e Moreira Franco, da Secretaria Geral da Presidência. Ambos citados na denúncia por organização criminosa. Os deputados inscritos para discutir a matéria terão cinco minutos, alternando-se entre contrários e favoráveis ao parecer. São necessários, ao menos 342 votos, para que Câmara autorize o Supremo Tribunal Federal (STF) a iniciar as investigações contra o presidente da República e os ministros Eliseu Padilha e Moreira Franco.
Reportagem, João Paulo Machado