Jorge Picciani, Paulo Melo e Albertassi terão destino traçado hoje na Alerj
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Publicado em 17/11/2017

O presidente da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro), Jorge Picciani, e os também deputados estaduais Paulo Melo e Edson Albertassi chegaram ontem no início da noite à Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica. A prisão preventiva dos três integrantes da cúpula do PMDB fluminense foi decretada pela Justiça, mas poderá ser suspensa hoje em votação na Alerj, que tem a atribuição de aprovar ou não a prisão dos parlamentares.

Paulo Melo chega à sede da PFLuiz Ackermann / Agência O Dia

Investigados na operação Cadeia Velha, que apura favorecimento a empresas de ônibus por parlamentares fluminenses, os três foram para a mesma unidade prisional onde estão outros presos da Lava-Jato, entre eles Sérgio Cabral, que completa um ano de cadeia hoje. Segundo as investigações da Polícia Federal, os três teriam recebido, em sete anos, R$ 135 milhões em propinas de empresários do setor, sendo parte paga a pedido de Cabral.

A detenção do trio ocorreu após decisão de cinco desembargadores do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, que determinaram por unanimidade a prisão imediata dos deputados por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa. A Alerj convocou sessão extraordinária hoje, às 15h, para decidir se autoriza a manutenção deles na cadeia.

Picciani, Melo e Albertassi foram transferidos para prisão em BenficaDaniel Castelo Branco / Agência O Dia

Para o deputado da oposição Eliomar Coelho (PSOL), a maioria da Casa é aliada dos três presos, o que indica uma tendência para a decisão de soltura dos peemedebistas. Segundo Eliomar, a pressão popular poderá fazer diferença. "Esperamos que essa pressão dê resultado, os deputados percebam que precisam atender à população, e as prisões sejam mantidas", afirmou.

Também compartilham da opinião os deputados da mesma legenda Flávio Serafini e Marcelo Freixo. "A nossa bancada tem feito as denúncias trazidas pelo Ministério Público Federal e que marcam a prática recorrente do PMDB. Entre as denúncias estão os excessivos subsídios fiscais, a máfia dos transportes e a lavagem de dinheiro. Ou seja, a grave crise do Rio de Janeiro tem origem nesses esquemas. Por isso é importante a prisão e a manutenção dela", disse Serafini. Freixo irá marchar da Avenida Rio Branco até a Alerj pedindo que os seus colegas mantenham a prisão dos deputados. Já Luiz Paulo Corrêa (PSDB), também da oposição, não quis opinar a respeito. "Tenho que ler os autos para formar juízo", disse.

Albertassi se entregou por volta de 17h50Luiz Ackermann / Agência O Dia

Após a decisão da Justiça, os três deputados se entregaram para a Polícia Federal. Picciani se apresentou no fim da tarde. Desnorteado, demorou a encontrar a escada interna. Melo chegou acompanhado por policiais federais e sem o seu tradicional bigode. Albertassi foi o último a ser preso. Juntos, foram encaminhados para exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal e, em seguida, ao presídio.

Fonte: O Dia

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