Uma testemunha revelou à polícia que o vereador Marcello Siciliano (PHS) e o chefe de milícia de Curicica, Orlando Oliveira de Araújo, tramaram a morte da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Pedro Gomes. Os dois foram mortos em março, no Estácio, Região Central do Rio. A informação foi divulgada pelo jornal O Globo e confirmada pelo O Dia.
Em quatro depoimentos — um feito à Polícia Federal, dois ao Exército, e outro à Delegacia de Homicídios (DH) — a testemunha disse ter presenciado quatro conversas entre Siciliano e Orlando, conhecido como Orlando de Curicica, desde junho do ano passado. Quatro meses depois, Orlando foi preso, mas mesmo de dentro de Bangu 9 continuou a mandar na milícia. Em uma das conversas, a testemunha disse que Siciliano encontrou Orlando, que já estava foragido, e xingou Marielle, associando seu nome ao do deputado estadual Marcelo Freixo. Na ocasião, disse: "precisamos resolver isso logo".
Foi de dentro da penitenciária que Orlando teria dado a ordem para matar a vereadora, segundo a testemunha. Um mês antes da execução, o plano começou a ganhar corpo com a clonagem do carro utilizado no crime. Além disso, quatro homens foram indicados para participar da execução. Os quatro estão sendo investigados pela especializada.
Em nota, Sicilliano negou as acusações. "Expresso aqui meu total repúdio a acusação de que eu queria a morte de Marielle Franco. Ela é totalmente falsa. Não conheço 'Orlando da Curicica' e acho uma covardia tentarem me incriminar dessa forma. Marielle, além de colega de trabalho, era minha amiga. Tínhamos projetos de lei juntos. Essa acusação causa um sentimento de revolta por não ter qualquer fundamento. Eu, assim como muitos, já esperava que esse caso fosse elucidado o mais rápido possível. Agora, desejo ainda mais celeridade".
Fonte: O Dia